Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu no Recife, no dia 11 de junho de 1927 e viveu por 92 anos. Em 1971, ocupou as ruínas de uma fábrica que fora de seu pai e a transformou em seu ateliê, onde produziu a maior parte de seus trabalhos de arte, dando origem à Oficina Francisco Brennand. O ateliê-museu abriga os mais importantes conjuntos escultóricos idealizados pelo artista e instalados no espaço como uma grande obra em processo.

Os primeiros contatos com a atividade artística se deram a partir da convivência com nomes como Abelardo da Hora, Álvaro Amorim, Murillo La Greca e Cícero Dias. Embora mais tarde viesse a se consagrar um dos mais importantes escultores do Brasil, a pintura foi a primeira linguagem com a qual se relacionou, nunca deixando de produzir obras nesse suporte. Sua primeira escultura, de 1946, retrata a futura esposa, Deborah de Moura Vasconcellos. Entre 1949 e 1952, fez viagens a Paris para estudar arte.

A partir de 1954, começou a desenvolver grandes murais de cerâmica que passaram a ocupar espaços de circulação pública no Recife e em outras cidades, como o Bacardi Building, em Miami, nos Estados Unidos. Colaborou com projetos culturais com intelectuais como Paulo Freire, Ariano Suassuna e Lina Bo Bardi. A partir de 1971, quando fundou a Oficina, intensificou a produção de esculturas, ao lado de assistentes como Helcir Roberto e José Mendes, e passou também a produzir pisos, revestimentos e objetos utilitários.

Além da pintura e da cerâmica, Francisco Brennand experimentou outras linguagens, como a gravura, o desenho, a colagem e a literatura. Na escultura, trabalhou também com materiais como o ferro e o bronze.

Ao longo da carreira, expôs em diversas cidades do Brasil e do mundo, em galerias e museus, como a Staatliche Kunsthalle de Berlim (1993) e a Pinacoteca de São Paulo (1998), além de participar da Bienal de São Paulo quatro vezes e da representação brasileira da Bienal de Veneza em 1990. 

Entre premiações nacionais e internacionais, recebeu o Prêmio Gabriela Mistral e a medalha francesa Officier de L’Ordre des Arts et des Lettres. No ano 2000, inaugurou o Parque de Esculturas no Bairro do Recife, onde ergueu a Torre de Cristal, que integra-se a um rol de obras públicas de sua autoria, marcando a paisagem da capital pernambucana.

Em 2016, foi lançado o Diário de Francisco Brennand, que começou a ser escrito em 1949. A publicação ganhou, em 2017, o Prêmio Jabuti de melhor capa e projeto gráfico, para o designer Flávio Flock, tendo sido indicado na categoria de melhor biografia. Em 2019, dois meses antes de morrer, o artista transformou a Oficina em um instituto independente, sem fins lucrativos, que guarda a maior parte de sua obra e se reinventa com diferentes atividades